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1 – INTRODUÇÃO
1.1 Delimitação do Tema
A Síndrome de Burnout, também conhecida como esgotamento profissional, é uma condição psicológica caracterizada pelo desgaste emocional, despersonalização e redução da realização pessoal no ambiente de trabalho. Este transtorno é particularmente prevalente em profissões de ajuda, como a enfermagem, que lidam diretamente com a saúde e o bem-estar de indivíduos em situações críticas. No contexto hospitalar público, as condições de trabalho podem ser intensamente desafiadoras, expondo os profissionais a níveis elevados de estresse e fadiga, o que aumenta o risco do desenvolvimento de Burnout (Demerouti & Bakker, 2019).
Nos últimos anos, o fenômeno da Síndrome de Burnout tem sido amplamente discutido no campo da saúde, especialmente em países com sistemas públicos de saúde sobrecarregados. A enfermagem, sendo uma das categorias mais impactadas, enfrenta jornadas extenuantes, escassez de recursos e falta de apoio institucional, fatores que potencializam o estresse e contribuem para a eclosão de Burnout (Dyrbye et al., 2020). A literatura aponta que a pressão constante por alto desempenho, as condições inadequadas de trabalho e a falta de reconhecimento são elementos cruciais na gênese desse quadro (Demerouti & Bakker, 2019).
Ademais, fatores pessoais, como características individuais dos enfermeiros, também são determinantes para o desenvolvimento do Burnout. A empatia, a responsabilidade excessiva e o perfeccionismo podem predispor os profissionais à sobrecarga emocional, além de influenciar a forma como lidam com os desafios cotidianos no ambiente hospitalar (Demerouti & Bakker, 2019). Enfermeiros com menor capacidade de resiliência ou que apresentam dificuldades em manter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional estão mais vulneráveis a esse quadro (McGowan & O'Neill,2021)
Outro aspecto relevante é a cultura organizacional dos hospitais públicos, que muitas vezes prioriza as demandas dos pacientes em detrimento das necessidades dos profissionais de saúde. A falta de um ambiente de apoio psicológico, aliado à sobrecarga de tarefas, contribui para o desgaste emocional e a sensação de desvalorização entre os enfermeiros. A pressão por resultados e a escassez de tempo para o autocuidado aumentam ainda mais o risco de Burnout (Lee et al., 2019).
O impacto da Síndrome de Burnout não se restringe ao indivíduo afetado, mas também prejudica a qualidade do atendimento ao paciente, a dinâmica da equipe e o funcionamento geral da instituição de saúde. Enfermeiros que sofrem de Burnout apresentam maior propensão ao absenteísmo, à diminuição da produtividade e até ao abandono da profissão (West et al., 2018). Isso gera um ciclo vicioso, no qual a rotatividade de pessoal e o agravamento das condições de trabalho se alimentam mutuamente.
Este estudo visa investigar os fatores organizacionais e pessoais que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em enfermeiros de hospitais públicos. A análise desses fatores proporcionará uma compreensão mais profunda sobre as causas e consequências dessa condição, contribuindo para a elaboração de estratégias de prevenção e intervenção. A pesquisa também busca oferecer subsídios para políticas de saúde pública que priorizem o bem-estar dos profissionais de enfermagem e, consequentemente, melhorem a qualidade do atendimento hospitalar.
Deve-se atentar, para considerar a crescente demanda por serviços de saúde e o impacto negativo da Síndrome de Burnout no sistema de saúde pública. Ao compreender os determinantes dessa condição, espera-se fornecer elementos para a criação de ambientes de trabalho mais saudáveis e sustentáveis para os enfermeiros, visando a prevenção da Síndrome de Burnout e a promoção da saúde mental desses profissionais (Lee et al., 2019).
1.2 Justificativa
A Síndrome de Burnout é uma condição psicossocial que tem sido cada vez mais reconhecida como um problema de saúde ocupacional, especialmente nas profissões que envolvem cuidados com pessoas, como a enfermagem. Os enfermeiros, em particular, estão expostos a situações de trabalho que exigem grande resiliência emocional e física, o que os torna vulneráveis a esse transtorno. A investigação dos fatores organizacionais e pessoais que contribuem para o Burnout em enfermeiros de hospitais públicos é essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e mitigação desta síndrome, impactando diretamente na qualidade do trabalho desses profissionais e no atendimento à população.
A enfermagem, sendo uma das categorias mais demandadas no sistema de saúde público, sofre com as dificuldades intrínsecas ao ambiente hospitalar, como a sobrecarga de trabalho, a escassez de recursos e o alto nível de exigência. Além disso, os enfermeiros frequentemente lidam com situações emocionais e estressantes, o que, sem o devido suporte, pode resultar em desgaste e esgotamento. Nesse contexto, o estudo de como os fatores organizacionais, como as condições de trabalho e a gestão hospitalar, influenciam o bem-estar dos enfermeiros se torna uma necessidade para a melhoria do ambiente de trabalho e da saúde dos próprios profissionais.
Outro aspecto importante é a contribuição dos fatores pessoais para o desenvolvimento do Burnout. Características individuais, como o perfeccionismo, a empatia excessiva ou dificuldades em equilibrar a vida profissional e pessoal, podem predispor os enfermeiros ao esgotamento. Este estudo busca não apenas identificar esses fatores, mas também compreender de que maneira eles interagem com as condições organizacionais para desencadear ou agravar o quadro de Burnout. Conhecer essas interações pode fornecer subsídios para a criação de programas de suporte psicológico e estratégias de promoção do bem-estar.
A relevância desta pesquisa se reflete não só na melhoria das condições de trabalho dos enfermeiros, mas também na otimização do atendimento à saúde pública. Enfermeiros que sofrem de Burnout têm sua capacidade de atendimento prejudicada, o que afeta diretamente os pacientes. Portanto, a prevenção e o manejo do Burnout são fundamentais para garantir que a qualidade dos serviços de saúde pública seja mantida. Esta pesquisa, ao explorar os fatores que contribuem para essa condição, visa oferecer soluções que possam ser aplicadas no contexto dos hospitais públicos, beneficiando tanto os profissionais quanto a sociedade em geral.
Além disso, a pesquisa contribui para o avanço do conhecimento sobre a Síndrome de Burnout no campo da saúde, um tema que ainda exige maior aprofundamento, especialmente no Brasil, onde as condições de trabalho na saúde pública são desafiadoras. O estudo dos fatores que agravam o Burnout em enfermeiros públicos pode servir como base para políticas públicas que promovam a saúde mental desses profissionais e estabeleçam ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos, resultando em um sistema de saúde mais eficiente e sustentável.
1.3 Situação Problema
A Síndrome de Burnout tem se tornado uma preocupação crescente em diversas áreas profissionais, mas sua prevalência é particularmente alarmante em profissões de cuidado, como a enfermagem. O trabalho de enfermagem, especialmente em hospitais públicos, é caracterizado por longas jornadas, alta carga emocional, escassez de recursos e pressão constante para atender a uma demanda crescente de pacientes (Maslach & Leiter, 2016). As condições de trabalho adversas, somadas a uma elevada responsabilidade, tornam os enfermeiros mais suscetíveis ao desenvolvimento de Burnout, um transtorno que afeta não apenas a saúde mental desses profissionais, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes (Dyrbye et al., 2020).
Em hospitais públicos, onde os desafios se amplificam devido à sobrecarga de trabalho e à escassez de recursos financeiros e materiais, os enfermeiros são expostos a uma série de fatores organizacionais estressores. A falta de apoio gerencial, a escassez de pessoal e a infraestrutura deficiente criam um ambiente altamente estressante, propenso ao esgotamento emocional (McGowan & O'Neill, 2021). Esses fatores organizacionais são agravados por uma cultura de trabalho que muitas vezes não reconhece as necessidades psicológicas dos profissionais, resultando em uma pressão constante sobre os enfermeiros e comprometendo seu bem-estar.
Além dos fatores organizacionais, os enfermeiros também enfrentam fatores pessoais que podem agravar o risco de Burnout. A empatia excessiva, a tendência ao perfeccionismo e a dificuldade de estabelecer limites entre a vida pessoal e profissional são características que, embora possam ser valiosas em determinadas situações, também tornam os profissionais mais vulneráveis ao esgotamento (Demerouti & Bakker, 2019). Enfermeiros com essas características podem internalizar a dor e sofrimento dos pacientes de maneira excessiva, o que contribui para o desgaste emocional. A falta de estratégias adequadas para lidar com o estresse e a pressão do trabalho pode tornar esses fatores pessoais ainda mais prejudiciais.
Outro fator que pode intensificar o Burnout em enfermeiros é a falta de suporte psicológico e a ausência de uma política institucional voltada para o cuidado da saúde mental dos profissionais. A falta de programas de apoio, como terapia ocupacional ou aconselhamento psicológico, somada à sobrecarga de tarefas, faz com que muitos enfermeiros não consigam reconhecer os sinais precoces do Burnout e nem buscar ajuda a tempo (Schaufeli & Bakker, 2024). A ausência de políticas organizacionais que promovam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal pode gerar um ciclo de exaustão constante, dificultando a recuperação emocional dos profissionais.
Além disso, a resistência cultural dentro de muitos hospitais públicos em admitir a Síndrome de Burnout como um problema relevante contribui para a invisibilidade do problema. Muitos profissionais de enfermagem, bem como gestores hospitalares, podem não reconhecer a gravidade do Burnout ou podem, de alguma forma, normalizar o esgotamento como parte das exigências da profissão (Lee et al., 2019). Isso pode levar ao agravamento da situação, visto que os enfermeiros que sofrem de Burnout acabam por se sentir isolados, sem o apoio necessário, o que prejudica ainda mais sua saúde mental e emocional.
A falta de um olhar atento sobre a saúde mental dos enfermeiros em hospitais públicos também afeta a dinâmica da equipe e a qualidade do atendimento ao paciente. Enfermeiros que estão emocionalmente exaustos apresentam menores níveis de motivação e engajamento com seus pacientes, o que compromete a qualidade da assistência prestada (West et al., 2018). Esse cenário cria um ciclo vicioso, em que os enfermeiros sobrecarregados não conseguem proporcionar o cuidado adequado aos pacientes, o que, por sua vez, aumenta a pressão e o estresse sobre os próprios profissionais.
Diante desse contexto, surge a seguinte questão de pesquisa: Quais são os fatores organizacionais e pessoais que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em enfermeiros de hospitais públicos e como esses fatores interagem para agravar o quadro de esgotamento profissional? Com base nessa pergunta, a pesquisa visa identificar e analisar esses fatores, buscando compreender as causas e consequências do Burnout no ambiente hospitalar público, além de sugerir medidas para mitigar esse problema.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Analisar os fatores organizacionais e pessoais que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em enfermeiros de hospitais públicos, visando compreender as interações entre essas variáveis e suas consequências para o bem-estar dos profissionais e a qualidade do atendimento à saúde.
2.2 Objetivos Específicos
- Identificar os fatores organizacionais presentes no ambiente de trabalho dos enfermeiros de hospitais públicos, como carga de trabalho, escassez de recursos e suporte gerencial, que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout.
- Investigar os fatores pessoais que influenciam o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em enfermeiros, incluindo características como empatia excessiva, perfeccionismo e dificuldades de equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
- Analisar a interação entre os fatores organizacionais e pessoais e como essas combinações contribuem para o agravamento do Burnout, impactando o desempenho profissional dos enfermeiros e a qualidade do atendimento aos pacientes.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Síndrome de Burnout
A expressão inglesa “Burn” “out” traduzida ao português significa “queimar”; e “out” significa “fora”. Esta é uma metáfora para designar a expressão queimar para fora ou esgotamento. A palavra Burnout foi usada, a princípio, em 1953 em uma publicação feita por Schwartz e Will em seu estudo de caso. Nesta publicação ele relata as dificuldades vividas por uma enfermeira psiquiatra que ficou frustrada com sua profissão chegando a abandoná-la (Maslach e Schaufeli, Rev. Atualizada, 2022). Os sintomas relatados por ela são os que se conhece hoje como Burnout.
A busca de mais conhecimento acerca do Burnout aumentou devido a três razões: O primeiro deles foi devido às transformações introduzidas no conceito de saúde e a importância dada à melhoria da qualidade de vida pela OMS – (Mundial da Saúde). O segundo foi o aumento da procura e das reivindicações da população com relação aos serviços sociais, educativos e de saúde.
E terceiro, se deu pela compreensão dos investigadores, órgãos públicos e serviços clínicos com relação ao fenômeno, percebendo a necessidade de aprofundar os estudos e a prevenção da sua sintomatologia, pois, a mesma se apresentava mais complexa e nociva do que se projetava nos estudos iniciais (Demerouti & Bakker, 2019).
Em 1974 o termo Burnout foi retomado por Hebert Freudenberger, médico psicanalista americano que descreveu essa síndrome como um sentimento de frustração e cansaço causado por um exorbitante desgaste de energia e recursos. Este findou seus estudos entre 1975 e 1977, contendo em sua definição comportamentos tais como: fadiga, depressão, irritabilidade, aborrecimento, perda de motivação, sobrecarga de trabalho, rigidez e inflexibilidade (MENDES, 2015).
De acordo com Demerouti & Bakker (2019), não há um conceito único para definição sobre o Burnout, mas todos os estudos realizados corroboram com a ideia de que esta vem da reposta ao stress laboral crônico, porém, não deve ser confundido com stress.
O Burnout implica atos e comportamentos negativos com seus clientes, com o seu trabalho, acarretando problemas de ordem pratica e emocional com aqueles que usufruem de seu trabalho e também a instituição onde este trabalho é exercido. Já a definição para stress, não envolvem tais condutas, é uma exaustão pessoal com interferência na vida do indivíduo e não obrigatoriamente sua relação com o trabalho (Demerouti & Bakker, 2019).
Para Carlotto (2021) Burnout é um fenômeno com muitos elementos que concerne a níveis e campos variados resultante de questões individuais e do ambiente institucional. Este ambiente não está relacionado apenas ao local de trabalho, mas sim, aos diversos elementos envolvidos nesta junção, incluindo aspectos como as políticas pedagógicas e elementos histórico-sociais.
Existem três dimensões que fundamentam a síndrome de Burnout: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho. Para Carlotto (2002), a definição mais aceita é a de Maslach e colaboradores (2001), numa perspectiva social-psicológica, onde eles explanam que exaustão emocional é definida por um processo de cansaço ou falta de energia; despersonalização, é caracterizado pela perda de sua própria personalidade, insensibilidade com o próximo e diminuição da realização pessoal no trabalho que está relacionado à insatisfação com seu desenvolvimento profissional.
A SB foi a princípio pesquisada e direcionada exclusivamente a uma condição psicológica relacionada àquelas profissões que exigem constante convívio com outras pessoas, ou seja, profissões que exigem cuidados de saúde e posteriormente a educação (Demerouti & Bakker, 2019).
Em uma pesquisa realizada por Freire et al (2022), de acordo com a categorização dos sujeitos das pesquisas, podemos perceber uma alta prevalência dos profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, estudantes de medicina e técnicos de enfermagem), abrangendo 60% dos artigos encontrados. Em seguida, temos em 20% dos artigos, os professores, ou seja, se encontram na segunda categoria da profissão mais afetada.
As causas da síndrome de Burnout são variadas. Trata-se de uma combinação de vários fatores desencadeantes como, por exemplo, fatores individuais, organizacionais e sociais. (McGowan & O'Neill, 2021). Conforme Carlotto (2022) insinua, esta síndrome acontece devido a uma tensão crônica causada pela exposição a situações estressantes de maneira que esta combinação resultaria em uma baixa valorização profissional tanto por parte da instituição como um todo (gestão, ambiente, excessos, pacientes) quanto por parte do próprio profissional.
Em relação aos sintomas do Burnout, os mesmos são classificados em quatro subdivisões: sintomas físicos, quando os indivíduos apresentam fadiga, distúrbios do sono, alterações menstruais nas mulheres, distúrbios do sistema respiratório, dentre outros; sintomas psíquicos quando há falta de atenção, de concentração, impaciência, baixa autoestima, sentimento de solidão, etc; sintomas comportamentais quando há incremento de agressividade, irritabilidade, perda de iniciativa, dificuldade na aceitação de mudanças, dentre outros e sintomas defensivos, quando surge sentimento de onipotência, perda de interesse pelo trabalho até pelo lazer, absenteísmo, tendência ao isolamento, e outros mais (McGowan & O'Neill, 2021).
Porém, nem sempre a pessoa com a síndrome vai apresentar todos esses sintomas, isso varia de acordo com o fator individual, ambiental e a etapa em que a síndrome se encontra. Cabe salientar que pessoas que estão apenas com estresse podem manifestar os mesmos sintomas físicos, comportamentais e psíquicos, no entanto, os sintomas defensivos são únicos do Burnout (ibidem). Como consequência desse estresse excessivo, o enfermeiro apresenta dificuldades ao cuidado dos pacientes, tornando-se menos assíduo, pontual e atencioso. Apresenta-se desmotivado, não tendo empatia pelos pacientes e se torna pessimista em relação ao seu futuro, bem como apresenta uma visão depreciativa com relação à profissão. O enfermeiro fantasia ou planeja abandonar a profissão, podendo ainda apresentar sentimentos de agressividade em relação a administradores, colegas de trabalho e familiares de pacientes (McGowan & O'Neill, 2021).
4. METODOLOGIA
4.1 Tipo do Estudo
O tipo de estudo adotado será uma revisão de literatura, caracterizada como uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa visa explorar e analisar, de forma sistemática, os estudos já publicados sobre a Síndrome de Burnout em enfermeiros de hospitais públicos, com ênfase nos fatores organizacionais e pessoais que contribuem para o seu desenvolvimento. A revisão de literatura será conduzida a partir de artigos, livros, dissertações, teses e demais publicações científicas, buscando reunir as evidências existentes sobre o tema e identificar as lacunas de pesquisa que ainda precisam ser abordadas.
4.2 Participantes
Neste estudo, os "participantes" não serão indivíduos específicos, pois a pesquisa será baseada em fontes bibliográficas. O foco será em estudos realizados com enfermeiros de hospitais públicos, de forma a identificar os fatores que contribuem para o Burnout nesse grupo profissional. Portanto, a análise será conduzida com base em publicações científicas, que poderão ter sido realizadas em diferentes contextos hospitalares e com diversos perfis de enfermeiros.
4.2.1 Critérios de Inclusão
Os critérios de inclusão para os artigos e estudos selecionados para a revisão são:
- Publicações científicas que abordem a Síndrome de Burnout em enfermeiros, com foco em hospitais públicos, no Brasil ou em outros países.
- Artigos publicados nos últimos 10 anos, garantindo a relevância e atualidade das informações.
- Estudos que discutam fatores organizacionais e pessoais relacionados ao desenvolvimento do Burnout em enfermeiros.
- Artigos em periódicos e fontes científicas revisadas por pares, com credibilidade reconhecida na área da saúde e da psicologia ocupacional.
4.2.2 Critérios de Exclusão
Serão excluídos da revisão os seguintes tipos de publicações:
- Estudos que não abordem especificamente a Síndrome de Burnout em enfermeiros ou em profissionais de saúde;
- Artigos publicados em revistas não científicas ou fontes não revisadas por pares;
- Publicações que tratem de Burnout em contextos que não envolvem hospitais públicos ou que foquem exclusivamente em outras profissões;
- Trabalhos que não sejam de acesso completo ou que não forneçam dados suficientes para análise, como resumos ou abstracts sem conteúdo substancial.
4.3 Local e Contexto do Estudo
Como se trata de uma revisão de literatura, não há um local específico para a realização do estudo. A pesquisa será conduzida a partir da análise de publicações científicas realizadas em diversos contextos, com foco em hospitais públicos. A revisão irá considerar diferentes realidades geográficas, levando em conta a diversidade de sistemas de saúde pública ao redor do mundo, com atenção especial às particularidades do Brasil, dado o contexto de pesquisa.
4.4 Procedimentos de Coleta de Dados
A coleta de dados será realizada por meio da busca e seleção de artigos científicos nas principais bases de dados acadêmicas, como PubMed, Scopus, Google Scholar, Lilacs, Scielo e outras fontes relevantes. O processo de seleção seguirá as etapas descritas nos critérios de inclusão e exclusão, buscando artigos completos e revisados por pares. Serão utilizadas palavras-chave como "Síndrome de Burnout", "enfermeiros", "hospitais públicos", "fatores organizacionais" e "fatores pessoais", para garantir que os artigos encontrados estejam diretamente relacionados ao tema da pesquisa.
4.5 Análise dos Dados
A análise dos dados será realizada de forma qualitativa e descritiva, com base na interpretação dos achados dos estudos selecionados. As informações extraídas dos artigos serão agrupadas por categorias temáticas, como fatores organizacionais (carga de trabalho, suporte institucional, etc.) e fatores pessoais (empatia, perfeccionismo, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, etc.). A análise buscará identificar padrões e relações entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em enfermeiros, além de destacar os impactos na qualidade do atendimento e no bem-estar dos profissionais.
4.6 Aspectos Éticos
Como esta pesquisa é uma revisão de literatura e não envolve a coleta de dados diretamente com seres humanos, não há necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). A pesquisa respeitará todos os princípios éticos relacionados à utilização de fontes bibliográficas, garantindo que as publicações selecionadas sejam devidamente citadas, respeitando os direitos autorais e a integridade dos estudos analisados. A revisão de literatura buscará fornecer uma análise crítica e objetiva dos estudos existentes, com total transparência e rigor acadêmico.
5. CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
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McGowan, B., & O'Neill, M. (2021). Resilience in nursing: A systematic review of the literature. Journal of Nursing Management, 29(5), 1023-1034. doi:10.1111/jonm.13112
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SCHAUFELI, W. B.; BAKKER, A. B. Job demands, job resources, and their relationship with burnout and engagement: A multi-sample study. Journal of Organizational Behavior, v. 25, n. 3, p. 293-315, 2004.
WEST, C. P.; DYRBYE, L. N.; SHANAFELT, T. D. Physician burnout: Contributors, consequences, and solutions. Journal of Internal Medicine, v. 174, n. 1, p. 1-10, 2020.